terça-feira, 29 de novembro de 2011

TIREOIDE

Distúrbios na tireoide podem causar problemas psiquiátricos

Os médicos encontram com frequência níveis anormais de hormônios da tireoide no sangue de pacientes com depressão, ansiedade e outros problemas psiquiátricos. Eles descobriram que o tratamento desse problema pode levar a melhoras na memória, na disposição e na cognição.
Agora, os pesquisadores estão verificando uma ligação um tanto controversa entre problemas de tireoide menores _ ou subclínicos _ e algumas dificuldades vivenciadas por doentes psiquiátricos. Após revisar a literatura sobre o hipotireoidismo subclínico (SCH) e a falta de ânimo, o Dr. Russell Joffe, psiquiatra do Sistema de Saúde Judaico da Costa Norte de Long Island, concluiu recentemente, junto a seus colegas, que o tratamento do SCH, que atinge cerca de 2 por cento dos norte-americanos, pode aliviar alguns sintomas de pacientes psiquiátricos e até mesmo prevenir problemas cognitivos futuros.

Pacientes com sintomas psiquiátricos, conta Joffe, "nos dizem que, quando tomam hormônios da tireoide, ficam melhores".

A tireoide, uma glândula de formato curvado que envolve a traqueia, produz dois hormônios: a tiroxina, ou T4, e a triiodotironina, conhecida como T3. Esses hormônios desempenham um papel em uma quantidade surpreendente de processos físicos, desde a regulação da temperatura corporal e dos batimentos cardíacos até o funcionamento cognitivo.

Muitos são os fatores que podem causar mau funcionamento da tireoide, incluindo exposição a radiação, muito ou pouco iodo na alimentação, medicamentos como o lítio e doenças autoimunes. Além disso, a incidência de doenças da tireoide aumenta com a idade. O excesso de hormônio tireoidiano (hipertireoidismo) acelera o metabolismo, causando sintomas como sudorese, palpitações, perda de peso e ansiedade. Muito pouco hormônio tireoidiano (hipotireoidismo) pode causar fadiga física, ganho de peso e lentidão, bem como depressão, incapacidade de concentração e problemas de memória.

"No início do século XX, as descrições mais acuradas da depressão clínica apareceram, na verdade, nos livros didáticos sobre distúrbios na tireoide, não em manuais de psiquiatria", disse Joffe.
Contudo, os médicos discordam há muito tempo sobre a natureza das relações entre sintomas psiquiátricos e problemas de tireoide.

"É como naquela história do ovo e da galinha", disse Jennifer Davis, professora assistente de psiquiatria e comportamento humano da Universidade Brown, em Providence, Rhode Island. "Existe um problema de tireoide subjacente que causa sintomas psiquiátricos ou é o contrário?", questiona ela.
De acordo com Davis, são comuns diagnósticos equivocados de doenças psiquiátricas em pessoas com problemas de tireoide.

Dez anos atrás, Leah Christian, hoje com 29 anos, tentou tomar antidepressivos contra a depressão e ansiedade. Não funcionou.

"Eu apenas continuei me sentindo para baixo", disse Christian, que trabalha como educadora infantil em São Francisco.

Alguns anos atrás, ainda tentando melhorar, ela pediu a seu médico para encaminhá-la a um terapeuta. Primeiro, o médico realizou exames de tireoide e descobriu que Christian tinha uma doença autoimune chamada Tireoidite de Hashimoto, uma das causas comuns de hipotireoidismo.

Assim, Christian tomou levotiroxina, uma reposição sintética de hormônios da tireoide. A depressão e a ansiedade desapareceram, conta ela: "No fim das contas, todos os meus sintomas estavam relacionados à tireoide".

Em certo sentido, ela teve sorte; era evidente que seus níveis hormonais estavam fora da faixa normal. Níveis "normais" de hormônios que estimulam a tireoide variam entre 0,4 a 5 (quanto maior o nível de TSH, menos ativa é a tireoide). A maioria dos endocrinologistas concorda que taxas de 10 ou mais requerem tratamento contra o hipotireoidismo.

Porém, para as pessoas com taxa de TSH entre, digamos, 4 e 10, as coisas ficam menos claras, especialmente para aqueles que vivenciam sintomas psiquiátricos vagos, como depressão, fadiga leve ou que simplesmente se sentem desconectados de si próprios.

Alguns médicos acreditam que esses pacientes devem ser tratados. "Se alguém tem um transtorno de hipotireoidismo subclínico e falta de ânimo, isso pode ser significativo", disse o Dr. Thomas Geracioti, professor de psiquiatria da faculdade de medicina da Universidade de Cincinnati.

Geracioti usou hormônios da tireoide para tratar artistas que sentiam um medo paralisante do palco; um músico de alto nível, disse o médico, conseguiu se recuperar totalmente.

A ideia de tratar o hipotireoidismo subclínico é controversa, especialmente entre os endocrinologistas. De acordo com Joffe, por um lado, o tratamento hormonal da tireoide pode sobrecarregar o coração e agravar a osteoporose em mulheres. Por outro lado, deixar de tratar a doença também pode prejudicar o coração. Alguns estudos sugerem que pode inclusive aumentar o risco da doença de Alzheimer e outras demências.

Além disso, há os problemas de ordem individual, que são difíceis de mensurar.

"As pessoas tendem a deixar de lado os problemas de qualidade de vida relacionados à depressão e à ansiedade", disse Joffe.

As mulheres são muito mais propensas a desenvolver problemas de tireoide que os homens, especialmente após os 50 anos. Alguns especialistas acreditam que o gênero tem a ver com alguma relutância em tratar a doença subclínica.
"Há um preconceito terrível contra as mulheres que se queixam de problemas emocionais", disse Davis. "Suas queixas tendem a ser deixadas de lado ou atribuídas ao estresse ou à ansiedade".

Os sintomas psiquiátricos podem ser vagos, sutis e bastante individuais, observou James Hennessey, diretor da clínica de endocrinologia do Centro Médico Beth Israel Deaconess, em Boston.

Outra complicação: não fica claro para muitos especialistas quais são os níveis realmente "normais" de hormônios da tireoide.

"Um paciente pode ter um TSH de nível 5, que muitos clínicos diriam não ser alto o suficiente para ser associado a sintomas", disse Hennessey. "Mas se o nível adequado para essa pessoa estiver em torno de 0,5, isso 5 representaria um nível de TSH dez vezes maior que o normal, o que pode muito bem representar uma patologia para o indivíduo em questão".
Em um estudo publicado em 2006, pesquisadores da província de Anhui, na China, utilizaram exames do cérebro para estudar pacientes com hipotireoidismo subclínico, antes e após o tratamento. Após seis meses de terapia com levotiroxina, eles conseguiram identificar melhoras expressivas tanto na memória quanto na execução de atividades.

Com recursos dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, Joffe e outros pesquisadores da Universidade de Boston iniciaram recentemente um experimento para tentar desvendar a relação entre o SCH e certos sintomas cognitivos e de falta de ânimo em pessoas com mais de 60 anos. Os resultados só virão à tona daqui a alguns anos. Mas alguns médicos nem estão esperando por eles.

"Pessoalmente, acredito que devemos experimentar administrar uma medicação contra distúrbios da tireoide em pacientes com TSH entre 5 e 10, especialmente nos que apresentam sintomas psiquiátricos", disse Hennessey.

The New York Times

sábado, 12 de novembro de 2011

Pneumonia

O que é Pneumonia?
Pneumonia é uma infecção que se instala nos pulmões, órgãos duplos localizados um de cada lado da caixa torácica. Pode acometer a região dos alvéolos pulmonares onde desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro).


Basicamente, pneumonias são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa. Esse local deve estar sempre muito limpo, livre de substâncias que possam impedir o contato do ar com o sangue.

Diferentes do vírus da gripe, que é altamente infectante, os agentes infecciosos da pneumonia não costumam ser transmitidos facilmente.
Sintomas de Pneumonia
Febre alta
Tosse
Dor no tórax
Alterações da pressão arterial
Confusão mental
Mal-estar generalizado
Falta de ar
Secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada
Toxemia (danos provocados pelas toxinas carregadas pelo sangue)
Prostração (fraqueza).
Fatores de risco
Fumo: provoca reação inflamatória que facilita a penetração de agentes infecciosos
Álcool: interfere no sistema imunológico e na capacidade de defesa do aparelho respiratório
Ar-condicionado: deixa o ar muito seco, facilitando a infecção por vírus e bactérias
Resfriados mal cuidados
Mudanças bruscas de temperatura.
Diagnóstico de Pneumonia


Exame clínico, auscultação dos pulmões e radiografias de tórax são recursos essenciais para o diagnóstico das pneumonias.
Tratamento de Pneumonia

O tratamento das pneumonias requer o uso de antibióticos e a melhora costuma ocorrer em três ou quatro dias. A internação hospitalar pode fazer-se necessária quando a pessoa é idosa, tem febre alta ou apresenta alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia, tais como: comprometimento da função dos rins e da pressão arterial, dificuldade respiratória caracterizada pela baixa oxigenação do sangue porque o alvéolo está cheio de secreção e não funciona para a troca de gases.
Convivendo/ Prognóstico
Recomendações
Não fume e não beba exageradamente
Observe as instruções do fabricante para a manutenção do ar-condicionado em condições adequadas
Não se exponha a mudanças bruscas de temperatura
Procure atendimento médico para diagnóstico precoce de pneumonia, para diminuir a probabilidade de complicações.
Fontes e referências: Ministério da Saúde


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

antibióticos e obesidade

Pesquisas indicam ligação entre antibióticos e obesidade

O uso excessivo de antibióticos tem levado à criação de bactérias resistentes aos medicamentos, conhecidas como superbactérias, tais como a Staphylococcus aureus, resistente à meticilina. Agora, porém, pesquisadores estão verificando uma possibilidade igualmente inquietante: o abuso de antibióticos também pode estar contribuindo para a crescente incidência de obesidade, bem como para alergias, doenças inflamatórias intestinais, asma e refluxo gastroesofágico.

O Dr. Martin Blaser, professor de microbiologia do Centro Médico Langone, na Universidade de Nova York, é um dos que estão chamando atenção para a possibilidade. Em um comentário publicado em agosto na revista Nature, ele afirmou que os antibióticos alteram permanentemente a flora microbiana do corpo humano, também conhecida como microbioma ou microbiota, acarretando consequências imprevistas e graves para a saúde.

O intestino humano, em particular, abriga bilhões de bactérias, mas pouco se sabe sobre esse ecossistema oculto. Considere-se a bactéria Helicobacter pylori, por exemplo, associada ao aumento de risco de úlceras e câncer gástrico. Muitos médicos prescrevem prontamente antibióticos para matá-la, mesmo quando o paciente não tem sintomas.
Contudo, em 1998, em um artigo publicado no British Medical Journal, Blaser foi mais comedido. Na ocasião, argumentou que a H. pylori pode não ser um agente tão ruim, no fim das contas. "Estamos falando de uma bactéria que integra o intestino humano há pelo menos 58 mil anos", disse Blaser em uma entrevista. "Provavelmente existe uma razão para isso".

Seu laboratório, desde então, produziu um fluxo de resultados que sustentam sua suspeita. Blaser e seus colegas descobriram, por exemplo, que o estômago se comporta de maneira diferente após a utilização de antibióticos para a erradicação da H. pylori.

Supõe-se que, após uma refeição, os níveis de grelina _ um hormônio da fome secretado no estômago _ diminuam. Mas, na pesquisa em indivíduos sem H. pylori, a quantidade de grelina no sangue se manteve, indicando ao cérebro que se continue comendo.

Além disso, os ratos do laboratório de Blaser tomaram antibióticos em doses semelhantes às dadas a crianças para tratar infecções de ouvido e de garganta, suficientes para matar a H. pylori em muitos pacientes. Foi registrado aumento da gordura corporal nos animais, embora sua dieta não tenha sido alterada. (Na verdade, há muito tempo os pecuaristas dão antibióticos ao gado para promover ganho de peso sem aumentar a ingestão calórica).


Estes resultados são consoantes com a pesquisa conduzida atualmente por Peter Turnbaugh, geneticista da Universidade Harvard, em colaboração com o Dr. Jeffrey Gordon, gastroenterologista da Universidade de Washington, em St. Louis. Eles descobriram que a proporção de diferentes tipos de bactérias no intestino de ratos obesos e humanos obesos é significativamente diferente da dos magros, sugerindo que alterar o equilíbrio microbiano do estômago com antibióticos pode tornar os pacientes mais suscetíveis a ganhar peso.

O uso excessivo de antibióticos também pode ser a raiz de outros problemas de saúde. Yu Chen, epidemiologista da Universidade de Nova York, encontrou uma correlação inversa entre a infecção por H. pylori e a asma infantil, a rinite e alergias dermatológicas em 7600 participantes da Pesquisa Nacional em Saúde e Nutrição, nos Estados Unidos.

Pesquisas de observação têm demonstrado que, na verdade, a eliminação da H. pylori aumenta o risco de refluxo gástrico, que é em si associado à asma, bem como de doenças de esôfago. Pesquisadores na Suíça e na Alemanha relataram que camundongos que receberam H. pylori se tornam na verdade protegidos contra a asma.
O Dr. Barry Marshall, professor de biologia clínica da Universidade da Austrália Ocidental, em Perth, agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina em 2005 por sua participação na descoberta da H. pylori e seu papel na gastrite e úlcera péptica, teve uma reação mais discreta.

"Eu nunca matei ninguém por receitar antibióticos para a H. pylori, mas pessoas morreram por não tomar antibióticos para se livrar dela", disse ele.

Os pacientes cuja flora interna se encontra dizimada por antibióticos tendem a readquirir as bactérias ao longo do tempo, principalmente se a pessoa reside com outras, disse Marshall.

No entanto, ele concorda com a Blaser a respeito de que os antibióticos têm sido administrados em excesso. Marshall disse que até mesmo prevê o dia em que uma cepa desintoxicada da H. pylori possa ser utilizada como tratamento para doenças como a obesidade e a asma.


Porém, o aumento no uso de antibióticos pode estar causando danos que vão muito além dos que resultam da perda da H. pylori.

"Até agora, nos concentramos na H. pylori porque temos testes de diagnóstico para detectá-la, mas poderíamos dizer que a H. pylori é um organismo que indica um provável processo de desaparecimento de uma ampla microbiota, o que aumenta o risco de doenças", afirmou Blaser.
Os Institutos Nacionais de Saúde também estão preocupados, tanto que investiram US$ 6,5 milhões na pesquisa de Blaser durante o ano passado, a fim de investigar o papel do desaparecimento de microbiotas na atual epidemia de obesidade. Além disso, destinaram US$ 115 milhões em 2008 ao financiamento do Projeto Microbioma Humano, que se propõe a identificar micróbios que residem na pele e no interior de organismos humanos saudáveis.

"Podemos pensar nessa iniciativa como o segundo projeto do genoma humano, no qual faremos o sequenciamento dos genes da enorme diversidade de bactérias que povoa nosso corpo", disse Julie Segre, pesquisadora sênior do Instituto de Pesquisa do Genoma Humano dos Institutos Nacionais de Saúde. "Vamos recolher amostras de 200 voluntários saudáveis para ter uma ideia do que é uma microbiota normal e saudável".

Trata-se de um projeto ambicioso, dado que as bactérias do corpo superam as células humanas em uma relação de 10 para 1. Porém, os pesquisadores envolvidos dizem que os avanços na tecnologia de sequenciamento de DNA fizeram com que a iniciativa se tornasse viável. Até o momento, o projeto foca apenas nos micróbios que residem sobre a pele e nas áreas do nariz, da boca, do intestino e na genitália.

O Dr. David Relman, professor de microbiologia e imunologia da Universidade de Stanford, disse que o Projeto Microbioma Humano é importante porque não são apenas os antibióticos que estão alterando a microbiota humana: "Muitos aspectos da vida moderna, incluindo a alimentação, famílias menores, mais práticas de higiene e melhorias no saneamento público, estão afetando nossas comunidades bacterianas".

Obter um retrato genético das bactérias que povoam os seres humanos hoje seria fornecer um referencial para acompanhar problemas futuros, assim como transtornos decorrentes deles.

"Precisamos entender como nossas comunidades microbianas operam, além de identificar o que dar a elas para que possam florescer novamente", disse Relman. "É instigante e totalmente possível que no futuro tenhamos um coquetel de cepas e espécies de bactérias para reparar os danos colaterais que os antibióticos e outras práticas têm desencadeado na ecologia do nosso organismo".

As ideias de Blaser nem sempre foram populares, mas ele se sente satisfeito com o interesse crescente pelo microbioma humano e suas relações com a saúde.

"Sei que agora estou fazendo o trabalho mais importante da minha carreira", disse ele.

The New York Times News Service/Syndicate

HPV

 HPV  pode causar doenças cardíacas em mulheres, relata estudo


Um novo estudo sugere que um vírus sexualmente transmissível comum e associado ao câncer pode causar também doenças cardiovasculares.

Para as mulheres infectadas pelo papilomavírus humano, ou HPV, a probabilidade de ter tido um ataque do coração ou derrame é de duas a três vezes maior do que para as que não possuem o vírus, de acordo com relatório publicado na segunda-feira passada na revista The Journal of the American College of Cardiology.

O HPV é conhecido por causar câncer de colo uterino, vulva, pênis, garganta e ânus. O novo estudo, porém, foi o primeiro a associá-lo a doenças cardíacas. As descobertas sobre o coração ainda não são definitivas: elas demonstram que o vírus pode estar associado à cardiopatia, mas não provam que ele seja o causador da doença.

O doutor Kenichi Fujise, autor principal do estudo e cardiologista do departamento médico da Universidade do Texas, em Galveston, afirmou que a pesquisa originou-se do empenho dele em descobrir por que algumas pessoas têm ataques do coração mesmo não possuindo fatores de risco frequentes, como colesterol e pressão arterial altos.


Aproximadamente 20 por cento dos pacientes com doenças cardíacas não possuem fatores de risco evidentes. Segundo os pesquisadores, elas devem possuir problemas ocultos que ainda não foram descobertos.

Fujise decidiu estudar o HPV por ele conseguir danificar o gene supressor de tumor p53, que geralmente protege o corpo contra o câncer e também pode ajudar a prevenir doenças arteriais. A inativação do p53 ocorre em uma variedade de tipos de câncer e o gene é considerado um tipo de guardião de genoma. A inativação do p53 também pode gerar inflamação e o espessamento das paredes arteriais.

O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum nos Estados Unidos. Os cientistas estimam que metade dos homens e das mulheres sexualmente ativos foram infectados e 80 por cento das mulheres contraíram o vírus até a idade de 50 anos. Existem várias cepas do vírus, mas somente algumas causam câncer. Na maioria dos casos, o sistema imunológico da pessoa combate o vírus. A infecção persiste, causando o câncer, somente para uma pequena minoria. Há duas vacinas aprovadas que previnem a infecção por HPV.
Elas são recomendadas aos jovens antes que de se tornarem sexualmente ativos. A vacina não exerce efeito em pessoas que já estão infectadas.



Fujise estudou 2.450 mulheres, com idades entre 20 e 59 anos, que participaram de uma pesquisa nacional de saúde de 2003 a 2006. Foram retiradas células do colo uterino das mulheres para realização do teste de HPV. Elas relataram se sofriam de doenças cardíacas, o que foi definido neste estudo como nunca ter sofrido um ataque cardíaco ou derrame.

Um total de 1.141 mulheres tinham o HPV. Entre as 60 que sofriam de doenças cardíacas, 39 tinham o HPV. Os pesquisadores analisaram os dados e consideraram fatores relevantes para doenças cardíacas como fumo, pressão arterial e peso corporal. Eles descobriram que a probabilidade de as mulheres com HPV sofrerem de cardiopatia era 2,3 vezes maior do que para as mulheres sem o vírus. O risco aumentava para 2,86 vezes para as mulheres que haviam contraído a cepa do vírus causadora de câncer.

Fujise afirmou ter se surpreendido com os resultados. ''Eu acreditava na possibilidade de haver um elo fraco ou nenhum elo, mas este é forte’', afirmou.

HPV no Pênis
Mesmo que outros estudos confirmem esta associação, a grande maioria das pessoas que contraem o HPV não estariam sob risco particular de contrair doenças cardíacas. Segundo Fujise, se a associação existir de verdade, a cardiopatia, da mesma forma que o câncer, provavelmente se desenvolve apenas nas pessoas com infecção persistente pelo vírus.

A doutora Lori Mosca, diretor de cardiologia preventiva do Hospital Presbiteriano de Nova York e Centro Médico da Universidade Columbia, afirmou estar ''definitivamente intrigada com a descoberta’'. O argumento biológico é bastante plausível e merece mais investigações’'. A pesquisadora não participou do estudo. Contudo, a ênfase na plausibilidade não é suficiente – a história da medicina está repleta de ideias que fazem sentido, mas se revelaram incorretas. O tipo de estudo que Fujise realizou, no qual cientistas procuram por associações em uma grande quantidade de dados, contribui com o desenvolvimento de ideias para outras pesquisas, mas não estabelece uma relação entre causa e efeito.

O fato de existir uma associação não confirma nem mesmo qual das condições surgiu primeiro. Teoricamente, a doença cardíaca pode ter surgido antes e tornado as mulheres mais vulneráveis ao HPV. Ou ainda pode haver fatores desconhecidos que predispõem algumas mulheres ao HPV e à doença cardíaca.

''Precisamos proceder com cautela’', afirmou Mosca. ''Precisamos realizar pesquisas mais rigorosas que respondam à questão de forma definitiva’'.

Segundo Mosca, muitos pesquisadores vêm estudando possíveis associações entre o câncer, doenças infecciosas e cardíacas. Até agora, porém, não houve comprovação de que as infecções causam cardiopatia, afirma.

Segundo ela, o trabalho de Fujise ''possui potencial, caso seja bem sucedido, de oferecer mais informações ao público sobre os benefícios potenciais da vacinação contra o HPV’', afirma. Porém, ela acrescentou que a descoberta é muito preliminar para ser usada como evidência em favor da vacinação.

Fonte: msn
The New York Times News Service/Syndicate - 27/10/2011 21:03

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

AIDS

Do chimpanzé para o homem: os caminhos da Aids


Nossa história começa ao redor de 1921, em algum lugar entre o rio Sanaga, em Camarões, e o rio Congo, no antigo Congo Belga. Ela envolve chimpanzés e macacos, caçadores e açougueiros, "mulheres livres" e prostitutas, seringas e vendedores de plasma, legisladores coloniais malvados e médicos coloniais decentes com as melhores intenções. E um vírus que, apesar dos obstáculos, conseguiu ser transmitido de um símio na selva da África central para um burocrata haitiano que ia do Zaire para o seu país natal, e depois para algumas dezenas de homens que frequentavam bares gays, antes mesmo de ser notado _ cerca de 60 anos após o início de sua jornada.

A maioria dos livros sobre Aids começou a ser publicada em 1981, quando homens gays americanos começaram a morrer em decorrência de uma pneumonia rara. Em "The Origins of AIDS", publicado recentemente pela Cambridge University Press, o Dr. Jacques Pepin, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Sherbrooke, em Quebec, realiza um feito memorável.

Pepin passa uma peneira na enxurrada de artigos científicos sobre Aids, acrescenta sua própria experiência em epidemiologia, suas próprias observações do tratamento de pacientes num hospital, seus estudos do sangue de anciãos africanos, e anos de investigação nos arquivos das potências coloniais europeias. Ele também desenvolve o caminho mais provável percorrido pelo vírus durante os anos em que quase não deixou rastros.

Trabalhando com dados a partir de 1900, ele explica como as políticas coloniais da Bélgica e da França levaram a um evento incrivelmente improvável: um frágil vírus que infectou uma pequena minoria dos chimpanzés entrou no sangue de alguns caçadores. Um deles colocou o vírus numa cadeia de "amplificadores" _ campanhas de erradicação de doenças, bairros da luz vermelha, um centro de plasma haitiano e o turismo sexual gay. Sem esses amplificadores, o vírus não se tornaria o que é hoje: um peregrino sombrio no alto de uma montanha de 62 milhões de vítimas, mortas e vivas.

No começo da década de 1980, Pepin era um médico jovem que combatia uma epidemia de doença do sono num hospital em Nioki, no que antes se conhecia por Congo Belga, depois Zaire, e que hoje é a República Democrática do Congo. O vírus na época era desconhecido na África, mas seu trabalho lhe deu dicas que mais tarde o ajudariam a rastreá-lo.

Em 2005, Pepin iniciou estudos de campo. Ao coletar amostras de sangue de africanos de 55 anos ou mais, ele mostrou que aqueles que tinham recebido muitas injeções na juventude ou tinham passado por um ritual de circuncisão, no qual muitos garotos eram cortados com a mesma lâmina, muitas vezes tinham anticorpos para hepatite C ou HTLV, um vírus pouco conhecido que, assim como o HIV-1, vem dos chimpanzés e infecta as células CD4 do sistema imunológico, mas não é prejudicial. Essa era uma evidência de que o sangue e a seringa espalham outros vírus.

Amostras de sangue e tecido armazenadas em congeladores em hospitais africanos e europeus que tratam de africanos _ algumas datando da década de 1950 _ formam um mapa dos subtipos virais da Aids, que é surpreendentemente complexo. Por exemplo, sul-africanos brancos e negros possuem subtipos diferentes. "Poucos homossexuais africâneres fazem sexo com zulus heterossexuais", nota Pepin. O subtipo dos brancos é mais comum entre gays europeus e homens americanos; o subtipo mais comum entre os negros veio através do Zâmbia.

O vírus símio de imunodeficiência, que infecta macacos, é mapeado de forma similar; ele foi encontrado pela primeira vez em zoológicos, mas hoje é monitorado por equipes em selvas que extraem DNA de fezes.

O ancestral da Aids está em uma subespécie de chimpanzé, "Pan troglodytes", que naturalmente vive apenas entre os rios Sanaga e Congo (os chimpanzés não sabem nadar). É uma mistura de vírus símios de mangabeys e guenons de bigode, pequenos macacos que os chimpanzés caçam e comem.

Em arquivos coloniais em Paris, Marselha, Bruxelas, Lisboa e Londres, Pepin investigou antigos registros de clínicas onde, a partir de 1909, prostitutas africanas deveriam comparecer para inspeções de doenças venéreas. Ele pesquisou em pilhas de jornas, como o Voix du Congolais, que escreveu extensivamente sobre poligamia e prostituição, e se debruçou sobre estudos de etnógrafos europeus (seu francês fluente foi crucial, obviamente).

Em resumo, seu relato da jornada épica é este:

Na natureza, apenas 6 por cento dos chimpanzés trogloditas são infectados. Dentro de um grupo, cada fêmea acasala com muitos machos, mas o acasalamento com animais de fora é raro. Assim, a maioria dos grupos fica intocada, enquanto alguns estão fortemente infectados.

Os quatro grupos genéticos do HIV-1, M, N, O e P, mostram que o salto do chimpanzé para o homem aconteceu pelo menos quatro vezes na história. Mas o grupo M corresponde a mais de 99 por cento de todos os casos.

Por que apenas um se espalhou?

Datações moleculares mostram que o M chegou até os humanos em algum momento ao redor de 1921. Os chimpanzés são grandes e ágeis demais para serem caçados sem armas de fogo, que até o século 20 estavam quase inteiramente nas mãos dos brancos.

Usando dados dos censos nas colônias, pesquisas sobre como os caçadores modernos abatem animais, e índices de infecção entre enfermeiras picadas por agulhas sujas, Pepin calcula que, no começo do século 20, pode ter havido contato de sangue com sangue entre, no máximo, 1.350 caçadores e chimpanzés trogloditas. Apenas 6 por cento dos chimpanzés _ cerca de 80 _ poderiam estar infectados, e menos de 4 por cento dos caçadores feridos provavelmente poderiam ter se infectado. Isso sugeriria apenas 3 caçadores infectados, no máximo.

Devido à ineficiência da maioria dos contágios sexuais _ em alguns casos, marido e mulher podem fazer sexo por meses sem a transmissão _, apenas o sexo não permitiria que os três caçadores, ou mesmo uma dezena, passassem seu vírus para os milhões de pessoas, ele argumenta. Deve ter havido um amplificador.

Estudos com viciados em heroína _ ele cita exemplos da Itália, Nova York, Edimburgo e Bangcoc _ mostram que o contagio pelo sangue é dez vezes mais eficiente que o sexual.

Na década de 1920, seringas de vidro produzidas por máquinas substituíram as caras seringas produzidas manualmente, e os belgas e franceses atacaram muitas doenças em suas colônias, tanto por paternalismo quanto para criar imunidade em massa para proteger os bancos. Os pacientes podiam receber até 300 injeções ao longo da vida. Outras doenças se espalharam dessa forma; uma campanha contra a esquistossomose no Egito terminou em 1980 depois de transmitir hepatite C a mais da metade de seus "beneficiários".

Assim, a infecção do grupo M de um caçador pode ter se transformado em dezenas. Aí o foco de Pepin se desloca para as cidades irmãs de lados distintos do Congo: Leopoldville (hoje Kinshasa) no lado belga, Brazzaville no lado francês.

Elas são um berço epidêmico; a diversidade viral é maior nesses lugares. Além disso, a primeira amostra de sangue positiva foi encontrada ali, em 1959.

Na década de 1960, tudo mudou. A Segunda Guerra tinha inchado as duas cidades, que forneciam matéria-prima que os aliados perderam quando o Japão conquistou colônias asiáticas. Então, quando os brancos fugiram do caos da independência, a economia entrou em colapso. A pobreza era gritante.

Dezenas de bares-bordéis chamados "flamingos" se espalharam, a concorrência obrigou mulheres desesperadas a fazer sexo com até mil clientes por ano, e o tratamento de doenças venéreas secou. Deve ter havido uma explosão viral como aquela ocorrida 20 anos mais tarde num estudo envolvendo um grupo de prostitutas em Nairóbi: em 1981, 5 por cento delas tinham o vírus; três anos depois, eram 82 por cento.

O próximo elo da cadeia foi o Haiti. Como os belgas brancos jamais treinaram uma elite africana, apenas cerca de 30 por cento dos congoleses não pertencentes ao clero tinham diploma universitário na época da independência.

Para preencher essa lacuna, as Nações Unidas contrataram burocratas e professores de fora. Cerca de 4.500 haitianos atenderam ao chamado; eles eram negros, instruídos, falavam francês e estavam dispostos a ganhar mais em seu país.

Agora os cálculos de Pepin ficam um pouco mais especulativos.

O grupo M do HIV-1, por sua vez, se dividiu em subgrupos de A a K. A epidemia do Haiti, como a da América do Norte e da Europa Ocidental, é quase toda do subgrupo B. Mas esse subgrupo é tão raro na África central que causa menos de 1 por cento dos casos.

Isso sugere que a Aids tenha cruzado o Atlântico com apenas um haitiano. Datações moleculares indicam que ela chegou ao Haiti aproximadamente em 1966.

Mais uma vez, Pepin argumenta que a rápida expansão apenas através do sexo é matematicamente impossível e que deve ter havido um amplificador. Ele acredita que o culpado foi um centro de plasma de Porto Príncipe chamado Hemo-Caribbean, que operou apenas de 1971 a 1972 e era conhecido por seus baixos padrões de higiene.

Os centros de plasma pegam o sangue, o fazem girar e devolvem as células vermelhas. Se um novo tubo não for usado para cada paciente, a infecção se espalha. Operações negligentes em centros de plasma causaram surtos de HIV no México, na Espanha e na Índia e, mais notavelmente, na China rural, onde 250 mil pessoas foram infectadas.

Um dos donos da Hemo-Caribbean era Luckner Cambronne, líder da temida polícia secreta Tontons Macoutes. Apelidado de "Vampiro do Caribe", Cambronne, que morreu no ano 2000, coletava o sangue de 6 mil pessoas que recebiam 3 dólares por dia, e exportava 6.057 litros de plasma para os Estados Unidos todo mês, segundo um artigo do The New York Times.

O Haiti também foi um grande destino do turismo gay para americanos. O guia de viagem Spartacus descrevia os valores que os jovens de lá esperavam receber. No começo dos 1980, o subgrupo B matava homossexuais americanos e hemofílicos, sugerindo que a doença chegou por ambas as rotas. E aí começou a história moderna da Aids.
1/11/2011 23:05
Fonte: msn - The New York Times

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

CRACK

Saiba onde encontrar ajuda, seja pública ou particular



** observaçao esses sao locais de atendimento no estado do Espirito Santo os interecados tem que procurar orientaçao nos seus respectivos estados e pais.
31/08/2011 - 13h58 - Atualizado em 31/08/2011 - 13h58




Rede pública:

Centro de Atenção Psicossocial - CAPS I Anchieta
Endereço: Rua São Pedro s/n Centro
Município: Anchieta UF: ES / CEP: 29.230-00
Tel.: 28- 3536-3479

CAPS ad Serra - Laranjeiras
Endereço: Rua Afonso Arinos de Melo Franco 96 - Laranjeiras
Município: Serra CEP: 29.165-660
Tel.: 3328-4137
CAPS ad Vila Velha
Endereço: Rua Castelo Branco 1841- Jaburuna.
Município: Vila Velha CEP: 29.123-290.
Tel. 3239-9846
CAPS i, Infanto - Juvenil - Vitória
Endereço: Av. Carlos Moreira Lima 392 - Bento Ferreira
Município: Vitória
Tel: 3225-5497
CPTT - Centro de Prevenção e Tratamento ao Toxicômano
Endereço: Rua Álvaro Sarlo, s/n, Ilha de Santa Maria - Vitória,
Tel.: 31325104 e 31325105
CAPS I João Neiva
Endereço: Av Sete de setembro s/n - Centro
Município: João Neiva / CEP: 29.680-000
Tel.: 3258-3642
CAPS I São Mateus
Endereço: Av. Rotary Club 346 - Boa Vista
Município: São Mateus, UF: ES CEP:29.930-000 Tel.: (28) 3767-4165
Centro de Tratamento ao Toxicômano - CTT
Bairro Santo Antônio - São Mateus
CAPS Nova Venécia
Rodovia 15 de novembro, s/n, bairro Altoé, Nova Venécia
Tel. 37522180.
CAPS I Graçuí- Fernando Antônio Couzi Teixeira Pinto
Endereço: Rua Francisco Ourique, nº197 - Centro
Município: Guaçuí CEP:29560-000
Tel.: 35531262
CAPS I São Jose do Calçado
Endereço: Rua Manoel Ferreira Marques 160 - Centro
Município: São Jose do Calçado CEP: 29.470-000
Tel.: 3556-0352
CAPS I Vargem Alta
Endereço: Rua Padre Antonio Maria 210 - Centro
Município: Vargem Alta CEP: 29.295-000
Tel. (28) 9986-8573
CAPS I - Baixo Guandu
Endereço: Av. Carlos de Medeiros, 234, 2º pavimento, Centro
Município: Baixo Guandu
Tel: 3732-4486
OBS.: em Cariacica, um novo Centro de Tratamento de Toxicômanos (CTT) deverá ser entregue até o final de 2012. O CTT será em Tucum e poderá atender aproximadamente 200 usuários por mês.
Rede particular: (instituições com alvará da Vigilância Sanitária Estadual)
Casa Praia da Costa
Rua Onofre, número 159 / Casa
CEP: 29101050
Telefone: (27) 3389-0456
Associação Metodista de Amparo e Recuperação de Toxicômanos (Amart)
Bairro: Pitanga, Serra
CEP: 29176-160
Telefone: (27)3282-6610
Centro Integrado de Terapia (CIT)
Rua Stu, 223, Novo Horizonte, Serra
CEP: 29163-590
Telefone: (27) 3338-2100
Centro de Tratamento de Dependência Química "Vivência Alvorada"
Rua Jupira, 619, Jardim Atlântico, Jacaraípe, Serra
CEP: 29.173-374
Telefone: 3252-3658
Travessia Vitória Unidade Terapêutica Integrada
Rua Desembargador José Batalha, 85, bairro Consolação, Vitória
Telefone: 3222-1011
OBS.: Além das instituições citadas acima, diversas igrejas também oferecem tratamento e acompanhamento de dependentes químicos. Informe-se nas igrejas do seu bairro.

FILHOS


X. acompanhou o filho na luta contra as drogas
Proteja seus filhos

Saiba como falar sobre as drogas para cada faixa etária de crianças e adolescentes
29/10/2011 - 15h37 - Atualizado em 29/10/2011 - 15h37
A Gazeta
Os especialistas não cansam de aconselhar: ter uma relação próxima, e de muita conversa, com seu filho é a melhor arma para vê-lo livre das drogas. O que muita gente não se dá conta é de que essa relação se constrói desde cedo, e não envolve só diálogo. Estimular a criança a fazer esportes e dar o exemplo tendo hábitos saudáveis dentro de casa as afastam, naturalmente, de um futuro pesadelo.
A educação antidrogas deve respeitar a limitação de cada faixa etária. A partir dos 6 anos, o ideal é ensinar à criança o quanto é importante manter uma boa qualidade de vida e mostrar que a autoestima e o senso de autoproteção se desenvolvem em relações familiares com segurança, proximidade e intimidade. Dois anos mais tarde, há a necessidade de desmitificar o glamour que trazem a bebida e o cigarro, as primeiras drogas conhecidas pelos pequenos.

O famoso papo sobre drogas na adolescência é só mais um passo numa jornada constante de conselhos e parcerias. Nessa fase, segundo a professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Denise de Michelli Avalone, é importante dar voz ao adolescente. "Ainda assim, os filhos devem ser constantemente monitorados, mas sem amedrontamento. Monitorar não é revirar o armário, é acompanhar muito de perto, saber o que está acontecendo com o filho", explicou.

Mesmo assim, isso não é uma garantia de que seu filho não vá experimentar algum tipo de droga. Foi mais ou menos o que aconteceu na vida da supervisora X., 46 anos, que há quatro vive num "verdadeiro inferno" - como ela mesmo define - para tirar os dois filhos de 23 e 26 anos desse mundo. Ela chegou a internar os dois no mesmo dia, numa clínica de desintoxicação.

X. conta que saía com os filhos, conhecia os amigos deles e sempre dava conselhos. "Já me culpei muito mas não foi erro meu. Eles não souberam dizer não. Um já largou o vício e agora o outro é usuário esporádico. Já pensei em me matar ou matá-los, para acabar com o sofrimento. Já fui na boca de fumo enfrentar traficante", desabafa.

Denise frisa que, nesses casos, o papel da família é ainda mais fundamental. "Quem tem uma base familiar boa e usa uma droga só por curiosidade, geralmente não se torna usuário. O problema é quando o jovem usa a droga em busca do prazer ou para aliviar uma sensação negativa. Isso faz com que a dependência se perpetue".


**Observaçao para ter um melhor visualizaçao desse slaide salve e abra dando zoom

sábado, 29 de outubro de 2011

SEXO

 5 dicas para falar de sexo com os filhos

Responda apenas o que for questionado, na medida em que a curiosidade aparece e de uma forma satisfatória para o seu filho


26/10/2011 - 11h43 - Atualizado em 26/10/2011 - 11h43
Essas dúvidas aparecem a qualquer momento e nem sempre os pais estão preparados para esclarecer todos os questionamentos,
Quando os pais menos esperarem podem surgir as temidas perguntas: de onde vem os bebês? O que é sexo? Eu também posso usar camisinha?

Essas dúvidas aparecem a qualquer momento e nem sempre os pais estão preparados para esclarecer todos os questionamentos dos pequenos. O pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz, dá algumas dicas para se sair bem nessa hora.
1 - Nada de puxar o assunto

O primeiro passo é saber que essa conversa não deve ser proativa durante a infância. Responda apenas o que for questionado, na medida em que a curiosidade aparece e de uma forma satisfatória para o seu filho.

2 - Vale investigar

É importante entender o que a criança sabe sobre sexo para que as informações sejam passadas de maneira clara e de acordo com os valores da família. "Pergunte o que ele sabe sobre o assunto, aonde aprendeu. Agir de forma natural ajuda a criar uma relação de confiança e garante segurança para o filho", alerta Reibscheid.

3 - Camisinha, DST?s e gravidez

Se o seu filho perguntar sobre o uso de preservativos, explique que ele protege contra doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. É importante que a criança saiba que a gravidez surge de uma relação íntima sem proteção e que pode ser evitada. Mas nem pense em aproveitar o momento para sermões, isso pode confundi-lo.

4 - Não se incomode

Muitas vezes esse é um assunto muito mais delicado para os adultos do que para as crianças. Se o seu filho fizer a mesma pergunta várias vezes, não demonstre irritação. Repita a explicação quantas vezes forem necessárias. "Se a criança pergunta duas vezes a mesma coisa é porque ainda está com dúvidas", esclarece o pediatra.

5 - Ufa, passou. Mas até quando?

Não é porque a criança falou sobre sexo que está pensando em praticá-lo. Não há motivos para se preocupar. A infância é uma fase de descobertas e contos da carochinha como cegonhas e sementinhas não preparam o seu filho para a vida. A verdade é sempre o melhor caminho.
Fonte: gazetaonline - vida saudavel

DEFICIENCIA

Paraplégico volta a andar na BA após tratamento inédito

28/10/2011 - 08h21 - Atualizado em 28/10/2011 - 08h21
Por enquanto, Ribeiro ainda precisa ser amparado por um andador e por uma órtese no tornozelo, por causa da atrofia muscular sofrida em suas pernas em nove anos de imobilidade. Mas as perspectivas são boas
Agência Estado
Nove anos após sofrer uma violenta queda durante uma viagem em família, que lhe causou um trauma raquimedular - lesão que causa comprometimento da função da medula espinhal -, que tirou a sensibilidade e os movimentos das duas pernas, o major da Polícia Militar Maurício Borges Ribeiro está andando novamente. Por enquanto, Ribeiro ainda precisa ser amparado por um andador e por uma órtese no tornozelo, por causa da atrofia muscular sofrida em suas pernas em nove anos de imobilidade. Mas as perspectivas são boas.
"Estamos fazendo um trabalho de fortalecimento muscular, para que o paciente possa, futuramente, se sustentar em pé e andar sem a ajuda de aparelhos", afirma Claudia Bahia, a fisioterapeuta e pesquisadora da Clínica de Atenção à Saúde (Casa), do Centro Universitário Estácio da Bahia (Estácio-FIB) - onde o policial realiza as sessões de fisioterapia uma vez por dia. "Há pouco tempo, ninguém acreditava que seria possível que um paciente paraplégico com lesão completa pudesse voltar a andar. É uma conquista imensurável".
Ribeiro foi o primeiro homem a participar de um tratamento experimental, desenvolvido por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia (Fiocruz-BA), com o apoio dos hospitais Espanhol e São Rafael e de universidades baianas, para melhorar a qualidade de vida de pacientes que, como ele, tiveram ruptura total da medula espinhal por causa de traumas - e, com isso, perderam completamente a sensibilidade, o controle e os movimentos de quadris e pernas.
O tratamento consiste na aplicação de células-tronco mesenquimais, retiradas da medula óssea da bacia dos próprios pacientes, diretamente na região onde ocorreu o trauma. O procedimento começou a ser estudado em 2005 e foi testado inicialmente em animais domésticos, a partir de 2007, com melhorias em graus diferentes em todos os casos.
Depois de Ribeiro, mais cinco pacientes foram submetidos ao tratamento - e outros 15 devem passar pelos mesmos procedimentos até o fim do primeiro semestre do ano que vem. "Até agora, todos os pacientes tiveram algum nível de melhora e não houve nenhuma intercorrência médica", comemora um dos coordenadores da pesquisa, o neurocirurgião Marcus Vinícius Mendonça. "Em alguns, por enquanto, há apenas melhoras de sensibilidade, em outros, há avanços na parte motora. Um dos objetivos desta pesquisa é saber por que um paciente responde melhor que outro", disse.
Mendonça afirma que, depois que os 20 primeiros pacientes passarem pelo procedimento, serão colhidos os dados relativos aos testes para que sejam realizados mais estudos sobre o tratamento. "O período estimado de pesquisas é de cinco a dez anos", explicou. Para o policial militar, porém, o tratamento já pode ser visto como bem-sucedido. "Depois de nove anos, você perceber que pode se sustentar sobre as próprias pernas é uma sensação muito boa", afirma. "Já estou muito feliz, mais ainda porque meu progresso traz esperança para outras pessoas que passam pelo mesmo problema", acrescentou.
Fonte: http://gazetaonline.globo.com/ vida saudavel noticias

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

CANCER

Dois estudos sobre câncer descobrem pista em bactéria no cólon


O doutor Robert A. Holt esforça-se há anos para responder a uma pergunta sobre o câncer de cólon.

Ele é pesquisador de genômica da Agência do Câncer da Colúmbia Britânica. O pesquisador vem questionando se o câncer pode ser causado ou se expandir devido a uma infecção bacteriana.

Holt sabia que os cânceres de colo de útero, de fígado e de estômago haviam sido associados a micróbios. Além disso, se existe um local do corpo com vários micróbios, este local é o cólon – as células microbianas superam as humanas em número na proporção de 9 para 1.

As novas ferramentas de análise genômica ofereciam a oportunidade de procurar por uma associação. Holt e outro grupo de pesquisadores, trabalhando de forma independente, descobriram algo totalmente inesperado e intrigante. Um tipo de bactéria em particular, que não é considerada predominante no cólon, parece possuir uma semelhança perturbadora em relação ao câncer de cólon.

Os dois grupos de pesquisa descobriram uma associação ao analisar o material genético de amostras de tumor. Em seguida, eles tiraram os genes humanos da mistura. Os que ficaram foram genes de micróbios.

Uma análise dos genes dos micróbios mostrou que um tipo de bactéria, denominada Fusobacterium, existia em grande quantidade nos tumores, embora ela não estivesse geralmente entre as mais proeminentes nos intestinos. As bactérias não estavam à espreita nas células cancerígenas. Em experimentos posteriores, Holt descobriu que elas penetram nas células do tumor – ''o que é um tanto sinistro’', afirmou. A capacidade de invadir as células é o que geralmente diferencia o micróbio causador de doenças do inofensivo. É claro que isso não prova que ela a causadora dos tumores. As células pode ser apenas um local satisfatório para viverem.

À medida que Holt e seus colegas avançavam na investigação, eles descobriram que a bactéria era especialmente prevalente nos pacientes cujo câncer havia se espalhado para outros órgãos.

A descoberta poderia ser uma anomalia. Porém, sem saber da descoberta de Holt, o doutor Matthew Meyerson e seus colegas do Instituto do Câncer Dana-Ferber, de Boston, obtiveram os mesmos resultados. Além disso, os pacientes pesquisados por Holt eram canadenses e os de Meyerson eram americanos, vietnamitas e espanhois de Barcelona. Todos eles tinham a bactéria em um número muitas vezes superior nos tumores do que em células normais do cólon.

''Essa descoberta foi realmente reveladora para mim’', afirma Meyerson. Ele esperava que houvesse várias bactérias diferentes no tecido tumoral, afirma.

''O que se constatou não foi isso’', afirma.

Os dois estudos foi publicado online na terça-feira, na revista Genome Research.

No estudo, Holt e seus colegas iniciaram observando o RNA, que reflete os genes ativos, de 11 pacientes com câncer de cólon. As células do câncer de cólon tinham em média 79 vezes mais bactérias Fusobacterium do que as células normais. Em seguida, os investigadores procuraram pela bactéria em mais 88 tumores, e em células correspondentes adjacentes do cólon não cancerosas, usando sondas para identificar os genes da bactéria. Com esse método mais sensível, eles descobriram uma média de 415 vezes mais Fusobacterium nas células tumorais do que nas células normais.

Meyerson e seus colegas realizaram experimentos semelhantes. Porém, em vez do RNA, eles examinaram o DNA, a sequências de genes. Eles iniciaram pesquisando nove pacientes e descobriam sequências de DNA da bactéria principalmente no tecido tumoral. Em seguida, eles examinaram as células de outros 95 pacientes, procurando especificamente pelas sequências de genes da bactéria. Novamente, os pesquisadores descobriram a presença dela nas células cancerígenas.

''Eu não sei o que fazer com esse resultado’', afirma Meyerson. ''As bactérias vagueiam pelos tumores, mas não faço a mínima ideia se elas estimulam ou causam o câncer’', afirma.

Porém, as descobertas são no mínimo provocativas, afirmaram microbiólogos e especialistas em câncer do cólon. O doutor David Relman, especialista em micróbios da Universidade de Stanford, afirmou estar especialmente surpreso com o fato de dois laboratórios independentes, usando amostras de diferentes partes do mundo, terem descoberto a mesma bactéria.

''Eu observo esses resultados e penso 'Sim, é possível que haja uma associação genuína’''.

Se as bactérias do gênero Fusobacterium causam mesmo uma predisposição ao câncer de cólon nos seres humanos, um dia os pesquisadores talvez consigam produzir uma vacina contra ele, assim como a vacina contra o papilomavírus humano (HPV), que protege contra o câncer cervical. É claro que a Fusobacterium era conhecida antes da descoberta. Porém, acreditava-se que esses micróbios vivessem principalmente na boca – estão frequentemente nas placas bacterianas dos dentes e são associadas à doença periodontal.

Contudo, relatórios recentes a relacionam à colite ulcerosa e à doença de Crohn. As duas doenças, e em especial a colite ulcerosa, aumentam o risco de câncer de cólon.

Contudo, se a bactéria está associada ao câncer de cólon, a pergunta que surge é: como isso ocorre? Segundo os pesquisadores, existe a possibilidade da resposta ser a inflamação. A Fusobacterium provoca inflamação e o câncer está relacionado à inflamação.

Isso não significa necessariamente que ela cause o câncer, afirma Relman. Os tumores podem causar a inflamação e algumas bactérias se beneficiam rapidamente, invadindo os tecidos inflamados e danificados.

''Quando surgem os quadros inflamatórios, certos organismos são selecionados, afirma Relman. ''Quase não importa como ela a inflamação se origina. Certos organismos estão habilmente adaptados aos quadros inflamatórios’', afirma. Em outras palavras, a bactéria encontrada nas células inflamatórias pode estar ''simplesmente seguindo o fluxo’'. O que fica é uma descoberta intrigante e muito mais trabalho para tentar descobrir o que acontece. Holt examinará os pólipos, pequenas protuberâncias que surgem na parede interna do cólon. O câncer de cólon desenvolve-se a partir dos pólipos. Porém, a maioria deles não causa mal algum.

''Se forem observadas infecções nas lesões em estágio inicial, talvez esse seja um dos fatores que permita a elas progredir’', afirma Holt ''Isso não fornece um mecanismo ou comprova algo, mas é consistente’', afirma.

Meyerson examinará modelos animais de câncer do cólon e questionará se a bactéria pode acelerar o desenvolvimento do câncer ou mesmo causá-lo.

Contudo, os dois investigadores permanecem cautelosos.

''Ao lidar com agentes infecciosos nesse tipo de pesquisa’', afirma Holt, ''não é possível saber, ao menos nas primeiras fases da pesquisa, se o que foi descoberto é significativo ou uma falsa pista’', Meyerson concorda. ''Ainda é difícil saber qual o grau de importância da descoberta’', afirma. ''Ela pode ser muito importante, mas também é possível que não leve a parte alguma’'.

Fonte: msn - The New York Times News Service/Syndicate - 20/10/2011 21:04

TDAH em crianças pequenas

Tratamentos de TDAH em crianças pequenas


25/10/2011 19:37
Ruth Grau descobriu que seu filho sofria do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) quando ele tinha 3 anos. A ideia de medicá-lo a aterrorizava, então ela e seu marido tentaram uma abordagem alternativa: exercícios, terapia ocupacional e uma alimentação livre de porcarias – nada de doces, laticínios, comidas processadas.

Quando o menino tinha 4 anos, eles iniciaram um programa de modificação de comportamento com a ajuda de um psiquiatra. Mas quando entrou no jardim da infância, ele ainda ''não se sentava, incomodava os outros, não focava na tarefa, não parava de falar, queria sair da sala e brincar’', contou Grau, de 46 anos, proprietária com o marido de uma agência de viagens chamada Springboard Vacations, em Redondo Beach, Califórnia. ''Ele tinha uma professora maravilhosa, mas continuava regredindo cada vez mais’'.

Quando a criança tinha 5 anos, o psiquiatra começou com os remédios e embora Grau não tenha compartilhado essa informação com a professora, ela sentiu uma diferença imediatamente.

''Ela nos telefonou no mesmo dia e disse: 'Não sei o que vocês fizeram, mas ele estava muito melhor hoje na classe’'', disse Grau. Sobre a decisão de medicar seu filho, ela declarou: ''Não me arrependo nem por um segundo’'.

Embora o metilfenidato, estimulante usado para tratar o TDAH e vendido sob as marcas Concerta e Ritalina, não seja aprovado para uso em crianças menores de 6 anos, os médicos têm permissão para prescrevê-lo. E agora devem aumentar a frequência. Na semana passada, a Academia Americana de Pediatria revisou suas diretrizes de tratamento de TDAH, dando aos médicos o sinal verde para prescrever remédios mesmo a crianças em idade pré-escolar com TDAH – se os esforços comportamentais não funcionarem.

Mas as novas diretrizes levantam difíceis questões aos pais. Enquanto algumas crianças podem se beneficiar muito do tratamento com drogas, muitos críticos dizem que os americanos costumam ser rápidos demais ao adotar a medicação em vez da disciplina ou das mudanças em estilo de vida.

Segundo recente estudo americano realizado conjuntamente pelos Institutos Nacionais de Saúde e a Agência de Pesquisa e Qualidade do Serviço de Saúde, o número de crianças entre 6 e 12 anos tomando estimulantes para TDAH vem aumentando constantemente nos últimos anos, de 4,2 por cento de todas as crianças, em 1996, para 5,1 por cento em 2008. Psicólogos comportamentais que trabalham com crianças pequenas dizem que pode ser difícil distinguir entre uma criança de 5 anos saudável e ativa e uma com TDAH.

''Você está tentando diferenciar o que pode ser a norma, um comportamento desorganizado, ativo e distraído numa criança de 4 anos, que para um adulto pode ser difícil de controlar, de algo que se qualificaria como um diagnóstico de TDAH’', explicou Rahil Briggs, psicóloga e diretora do Health Steps Program no Hospital Infantil de Montefiore, no Bronx.

E o TDAH ''é um diagnóstico realmente forte e pode levar a uma variedade de intervenções que podem ser inapropriadas ou até mesmo bastante prejudiciais’', acrescentou ela.

As novas diretrizes divulgadas pela academia de pediatria apoiam o uso do metilfenidato para uma finalidade não especificamente aprovada pelo FDA (órgão americano que regula alimentos e medicamentos). E as provas de sua segurança e eficácia em crianças menores de 6 anos é limitada.

Mais de dez estudos pequenos foram conduzidos sobre crianças bem jovens tomando o medicamento, mas apenas um experimento clínico grande, de longo prazo e aleatório com crianças de 3 a 5 anos foi concluído. Antes desse experimento, chamado Estudo de Tratamento do TDAH Pré-escolar, conduzido sob a responsabilidade do Instituto Nacional de Saúde Mental americano, todos os 303 pré-escolares e seus pais participaram de uma terapia comportamental de dez semanas. Quase um terço das crianças que concluíram o programa de modificação comportamental não prosseguiu para a fase do medicamento, muitos porque seu comportamento havia melhorado tanto que não precisavam de tratamentos adicionais.

Embora os sintomas de TDAH em crianças pré-escolares tenham diminuído com a medicação, o experimento também descobriu que as crianças mais novas não se beneficiavam tanto quanto as mais velhas e em uma fase do estudo, sua melhora não era significativamente melhor do que com um placebo. Crianças mais novas também se mostraram mais sensíveis a efeitos colaterais adversos.

Muitas crianças perderam peso e pararam de crescer. Outras sofreram insônia, perda de apetite, mau humor e nervosismo. Uma em cada dez crianças abandonou o estudo porque os efeitos colaterais eram intoleráveis. O Dr. Mark Wolraich, que era presidente do subcomitê para TDAH da Associação Americana de Pediatria, enfatizou que as novas diretrizes para a prescrição de remédios a crianças mais novas são bastante conservadoras.

''Estamos dizendo que elas devem passar por uma intervenção comportamental antes e devem ter sintomas de moderados a graves, não apenas os leves, antes de se pensar na medicação’', explicou Wolraich. ''Estamos descrevendo sintomas muito mais generalizados, algo mais rigoroso do que fazemos com crianças mais velhas’'.

Wolraich, chefe da seção de pediatria comportamental e de desenvolvimento no centro de ciências da saúde da Universidade de Oklahoma, em Oklahoma City, reconheceu que ele mesmo trabalha ocasionalmente como consultor para companhias farmacêuticas que vendem remédios contra TDAH, incluindo Eli Lilly e Shire Pharmaceuticals. Ele disse ter sido compensado por oferecer conselhos especializados sobre como os medicamentos poderiam ser aprimorados para o uso infantil.

O Dr. Lawrence Diller, pediatra comportamental de Walnut Creek, na Califórnia, que há tempos se preocupa com o uso excessivo de drogas como o metilfenidato, afirmou que as intervenções comportamentais sempre devem ser tentadas antes de usar qualquer medicação.

''Sinto-me realmente encorajado por eles estarem promovendo a intervenção comportamental para crianças pequenas’', disse Diller. Mas as novas diretrizes também elevam a idade mínima para prescrever remédios contra TDAH de 12 para 18 anos.

''Minha dúvida é a seguinte: por que eles não estão promovendo a modificação comportamental também para as crianças mais velhas?'' questionou ele. ''A intervenção comportamental já mostrou, em crianças mais velhas, evitar a necessidade de medicação ou reduzir a quantidade que precisa ser ingerida’'.

Fonte: msn - The New York Times

sábado, 15 de outubro de 2011

HIV

 Dúvidas sobre tática anti-HIV

No ano passado, três testes clínicos históricos mostraram que uma dose diária do medicamento antirretroviral Truvada pode impedir que os indivíduos se infectem com HIV – uma descoberta importante, em virtude do fracasso de todos os esforços dedicados até agora para desenvolver uma vacina contra o vírus.

Agora, pesquisadores em São Francisco e Miami estão planejando testar essa estratégia de prevenção, chamada profilaxia pré-exposição (PrEP), num estudo piloto apoiado pelos Institutos Nacionais de Saúde. Em breve, os pesquisadores recrutarão até 500 homens não infectados que fazem sexo com homens, principalmente aqueles que se considera estar em maior risco de infecção, como jovens gays e, em particular, afro-americanos.

O estudo pedirá que os homens tomem o Truvada diariamente e os pesquisadores vão monitorar se seguem o programa, seu comportamento sexual e estado de saúde. Contudo, o prospecto de drogas antirretrovirais serem usadas para prevenção e tratamento já está levantando questões complexas para pesquisadores e defensores.

Pessoas não infectadas saudáveis irão tomar de forma consistente uma droga cara e poderosa que pode causar diversos efeitos colaterais? É justo fornecer medicamentos para indivíduos sem o vírus se tantos infectados não têm acesso a eles? Será que quem receber a droga terá maior probabilidade de praticar sexo de risco por acreditar estar protegido – mesmo que nem sempre a tome como prescrito?

As questões são mais do que acadêmicas. Segundo relatórios, alguns médicos já estão prescrevendo os medicamentos para alguns pacientes sem HIV, disse o Dr. Kenneth Mayer, diretor do Instituto Fenway, centro de pesquisa e defesa da saúde de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros de Boston, que participou da pesquisa sobre a PrEP.

''Acho que isso vai aumentar, mas é muito incremental’', disse Mayer, que acredita que a PrEP é uma nova arma importante no arsenal de prevenção ao HIV. ''As pessoas têm muitas dúvidas’'. Em geral, defensores do programa expressaram otimismo em relação à estratégia que, se aplicada com cuidado, poderia ajudar a reduzir os cerca de 50 mil novos casos de infecção pelo HIV que acontecem anualmente nos Estados Unidos. Porém, um dos maiores fornecedores de serviços para pessoas com HIV, a AIDS Healthcare Foundation, de Los Angeles, iniciou uma campanha publicitária e na mídia levantando sérias preocupações.

O presidente da fundação, Michael Weinstein, comentou que os participantes da primeira rodada da pesquisa PrEP foram fortemente alertados sobre o fato de que não seguir o protocolo poderia reduzir qualquer efeito protetor e, mesmo assim, muitos não conseguiram tomar os remédios como prescrito. Para ele, a adesão ao sistema de administração deve ser ainda pior em condições do mundo real.

''Nós lidamos com dezenas de milhares de pacientes aqui que são positivos e uma alta porcentagem deles têm problemas em aderir’', disse Weinstein.

''Assim, a ideia de que rapazes gays que não têm a doença vão tomar isso rotineiramente é altamente questionável’'.

Weinstein está particularmente preocupado com o fato de que a FDA (órgão que regula alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) poderia aprovar em breve o uso do Truvada na prevenção ao HIV e no tratamento, o que, sem sombra de dúvida, levaria a um maior uso da droga. A Gilead Sciences, empresa que produz a droga, anunciou ser provável que faça esse pedido a FDA no começo do ano que vem.

Assim que a FDA aprova uma droga para qualquer uso, os médicos podem prescrevê-la legalmente para outros usos que não o permitido. Entretanto, os fabricantes de remédios só podem promover seus produtos para as indicações aprovadas especificamente pela agência.

Num dos três primeiros testes clínicos, entre homens que fazem sexo com homens, a PrEP reduziu as novas infecções em 44 por cento no geral. Por sua vez, entre os homens que aderiram ao protocolo de uso conforme prescrito, a proteção contra a infecção foi superior a 90 por cento. Alguns pesquisadores se preocupam com o fato de que indivíduos sexualmente ativos que somente aderem esporadicamente ao sistema de administração da PrEP podem não perceber que ainda correm risco de infecção; ao mesmo tempo, sentindo-se ''protegidos’', podem ser menos vigilantes na hora de praticar sexo seguro e fazer testes regulares de HIV.

E o uso inconsistente de remédios entre aqueles que não sabem estar infectados pode incentivar novas formas de HIV resistentes à droga, temem alguns especialistas.

O Dr. Grant Colfax, diretor de pesquisa e prevenção ao HIV do Departamento de Saúde Pública de São Francisco, disse esperar que a nova pesquisa gere informações importantes sobre como usar melhor a estratégia emergente.

''A pergunta é se as pessoas conseguirão manter o sistema de uso’', afirmou Colfax, cujo organismo é um dos grandes parceiros do estudo. ''Quais são os riscos e benefícios além de um teste clínico aleatório? Eles vão querer tomar a pílula, haverá mudanças em seu comportamento de risco, eles voltarão a fazer testes de HIV bimestralmente?''

O Dr. Howard Jaffe, presidente da Fundação Gilead, reconheceu que a adesão foi um problema nos primeiros estudos, mas declarou que todos os participantes na futura pesquisa, ao contrário daqueles nos testes, saberão que estão recebendo a droga verdadeira, não um placebo, e que esta pode impedir a infecção se ingerida como prescrito. De acordo com ele, essa nova informação fundamental poderia ajudá-los a manter a tática prescrita.

Os três testes PrEP recentes se concentraram em populações diferentes: casais heterossexuais do leste africano em que uma pessoa era soropositiva e a outra, não; adultos jovens ativos de Botsuana; e homens que fazem sexo com homens nos Estados Unidos e cinco outros países. (Um quarto teste, entre mulheres africanas, foi interrompido antes porque se descobriu que a PrEP não estava funcionando.) -- PAGE BREAK -- O teste envolvendo casais do leste africano relatou que a taxa de infecção foi 73 por cento mais baixa no grupo que tomou o Truvada; no grupo de Botsuana, houve uma redução de 63 por cento.

''Agora que já se provou ser eficaz, a discussão é bem diferente do que quando se convoca pessoas para um teste controlado com placebo’', afirmou Jaffe, da Fundação Gilead.

O Truvada combina dois antirretrovirais, Viread e Emtriva, ambos também produzidos pela Gilead. Além do futuro estudo nos Estados Unidos, os resultados da pesquisa adicional sobre o emprego do Truvada para prevenção do HIV são esperados nos próximos anos.

Atualmente, a droga custa milhares de dólares por ano. Um editorial recente da revista médica Lancet Infectious Diseases levantou preocupações éticas sobre a nova estratégia, observando que muitas pessoas com HIV não têm acesso a esses medicamentos salvadores de vidas.

''Como essas drogas podem ser fornecidas como prevenção a essas populações de alto risco se as pessoas com a doença e que necessitam do tratamento continuam sem elas?'', perguntou o editorial. Em resposta, os defensores da PrEP disseram que seria antiético não explorar o novo método, dado seu potencial de reduzir as taxas de infecção, principalmente entre as populações vulneráveis cujos indivíduos costumam achar difícil praticar sexo seguro de forma consistente.

Fonte: msn - The New York Times
14/10/2011 21:48

Síndrome de Down

 Estimule a criança com Síndrome de Down


Superproteção é um dos fatores que impedem seu desenvolvimento

A probabilidade de uma criança nascer com Síndrome de Down no Brasil, independente de qualquer fator de risco, é de 0,001%. "Entretanto, fatores como a idade do casal (abaixo de 18 e acima dos 35 anos), histórico familiar de Alzheimer e até problemas de tireóide aumentam a chances de modificação do código genético, originando uma terceira cópia do cromossomo 21, o que origina a síndrome", explica o geneticista e pediatra Zan Mustacchi, diretor do Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo (CEPEC-SP).

Após o diagnóstico, os pais são auxiliados sobre como lidar com o filho portador do acidente genético, mas muitas vezes ficam na dúvida sobre como estimular a criança. "Não existem graus de síndrome de Down, como acontece cm o autismo. As diferenças de desenvolvimento decorrem de características como herança genética, educação e estímulos do meio ambiente", afirma a psicóloga Luciana Mello, da Fundação Síndrome de Down, em Campinas.
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Superproteção e excesso de cuidados, na maioria dos casos, são os inimigos do crescimento emocional, social e intelectual da criança. Para ver como dosar sua preocupação sem prejudicar o amadurecimento infantil, veja as dicas dos especialistas.
Brinquedos e brincadeiras
Segundo Zan, não existem brinquedos estimulantes, mas pessoas capazes de estimular o desenvolvimento de crianças por meio de brincadeiras. "Uma caixa de papelão pode ser um ótimo brinquedo, desde que o adulto saiba criar uma interação divertida com ela", afirma. Assim, os brinquedos mais indicados a crianças com síndrome de Down são aqueles que despertam a atenção e a curiosidade dela. Também vale prestar atenção na faixa etária recomendada de cada brinquedo, informação presente na embalagem.
Fala e linguagem
Quando os bebês começam a compreender o que é dito e já demonstram algum tipo de linguagem, passam a insistir para que a mesma história e a mesma brincadeira sejam repetidas à exaustão. Isso acontece porque eles gostam mais do que é familiar - daí o estranhamento a pessoas alheias à convivência. "A repetição ajuda a fixar informações", diz o geneticista.

Ele recomenda que o adulto tente dar exemplos do que conta. "Se estiver falando de uma casa, aponte para uma. Se falar de um cachorro, mostre um. As crianças aprendem primeiro com os olhos e, depois, com a audição", diz. Outro conselho do pediatra é não falar muito lentamente com a criança e, caso ela tenha problemas de dicção, buscar ajuda com um fonoaudiólogo.
Escola e colegas
De acordo com a psicóloga Luciana, o momento ideal para se colocar uma criança com síndrome de Down na escola é o mesmo de qualquer criança: quando ela começa a falar. Ela vai aprender desde o básico, como avisar que está com fome ou que precisa ir ao banheiro, como elaborar formas mais complexas de comunicação, emitindo opiniões e criando novos relacionamentos. A pediatra afirma que atualmente há uma lei que exige que crianças com síndrome de Down sejam matriculadas em escolas regulares, pois a escola especial é segregadora e não possibilita a inclusão.http://www.argentglobalnetwork.es?peppapi


Já o geneticista Zan aconselha que ela frequente apenas a escola regular na infância e, no começo da adolescência, passe a cursar a escola especial. "A criança com Down deve manter vínculos com pessoas de diferentes lugares, mantendo o vínculo por causa de interesses comuns", explica. Os pais, no entanto, devem ficara tentos à marginalização e ao preconceito que podem surgir nas escolas regulares e procurar a coordenação caso notem qualquer tipo de atitude negativa vinda dos alunos ou dos funcionários, incluindo o professor.
Atividades físicas
Crianças com síndrome de Down estão sujeitas a uma condição chamada de hipotonia, ou seja, de baixo tônus muscular. Isso dificulta a realização de tarefas que exigem contração contínua, passiva ou parcial, como manter a postura, por exemplo. "A hipotonia não pode ser curada nem evitada, mas por meio de fisioterapia é possível fortalecer essa musculatura", afirma Luciana.
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Zan Mustacchi também é a favor do incentivo a atividades físicas. "A prática de exercícios não só estimula o corpo, como insere a criança em mais um círculo de convivência. Os esportes de contato, mais agressivos, devem ser evitados até os sete anos, porque a criança pode se machucar mais facilmente". Até esta idade, o ideal é estimular brincadeiras e joguinhos para trabalhar a coordenação motora.
Nutrição
A alimentação recomendada a uma criança com síndrome de Down é aquela em que há presença de todos os grupos alimentares de forma balanceada, como para qualquer criança. Entretanto, dependendo do grau de hipotonia, a mastigação e a digestão podem ser mais lentas. Uma nutricionista consegue avaliar se existe a necessidade de alguma adaptação, evitando dores de estômago ou dificuldades intestinais
Imunização.


O geneticista Zan diz que a primeira recomendação a uma mãe que teve um filho com síndrome de Down é que ele seja amamentado pelo maior tempo possível, pois o leite materno é um alimento altamente nutritivo que permite a passagem de anticorpos para a criança. Outro ponto fundamental é em relação às vacinas. "Por, em geral, ter um sistema imunológico alterado e problemas respiratórios, ela deve tomar as tradicionais e algumas que só são aplicadas em sistemas particulares de saúde, como a contra a hepatite A e a contra a varicela ou catapora", explica o especialista. lgumas das vacinas extras são caras, mas o Sistema Público de Saúde fornece todas gratuitamente a mães que fizerem a solicitação. Converse com seu médico.
Inclusão social
"A superproteção é a maior barreira contra o desenvolvimento de uma criança com síndrome de Down", alerta Luciana Mello. Segundo ela, isso faz com que os pais e a sociedade infantilizem o indivíduo, impedindo que ele vivencie diferentes etapas da vida, desde a infância, passando pela descoberta da sexualidade, até o completo amadurecimento. Inscrever a criança num grupo de atividade física ou estimular o aprendizado somente em escolas especiais, por exemplo, diminuem as chances de que ela conviva com a diferença e faça mais amigos.
Fonte: msn minhavida

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

BEBÊS

As vantagens de um bebê bilíngue

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Antigamente, especialistas temiam que crianças pequenas expostas a mais de um idioma sofressem 'confusão de linguagem’, o que poderia atrasar seu desenvolvimento de fala. Hoje, os pais são muitas vezes incentivados a capitalizar sobre essa habilidade precoce de aprender um idioma. Escolas reconhecidas se vendem com promessas de profunda imersão em espanhol – ou mandarim – para todos, começando no jardim da infância ou até antes.

Porém, enquanto muitos pais reconhecem a utilidade de um segundo idioma, famílias criando filhos em residências que não falam inglês ou tentando conciliar dois idiomas em casa costumam ser desesperados por informação. E embora o estudo do desenvolvimento bilíngue tenha refutado aquele antigo medo de confusão e atraso, não há muitas diretrizes embasadas sobre os primeiros anos e as melhores estratégias para produzir uma criança bilíngue e feliz.

Mas há cada vez mais pesquisas para se basear, remetendo à infância e até mesmo ao útero. Conforme a nova ciência do bilinguismo nos leva às origens da fala e da linguagem, cientistas começam a divulgar as primeiras diferenças entre cérebros expostos a um idioma e aqueles expostos a dois.

Pesquisadores encontraram maneiras de analisar o comportamento infantil – em que bebês trocam seu olhar, por quanto tempo prestam atenção – para ajudar a desvendar as percepções infantis de sons, palavras e linguagens, do que é familiar e desconhecido para eles. Agora, analisar a atividade neurológica de bebês enquanto eles ouvem idiomas e comparar essas reações iniciais com as palavras que eles aprendem à medida que crescem, está ajudando a explicar não só como o cérebro começa a ouvir a linguagem, mas como a audição molda o cérebro no começo.

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Washington usaram medidas de reações elétricas do cérebro para comprar bebês considerados monolíngues, em lares que falam apenas um idioma, com bebês expostos a dois idiomas.

Obviamente, como os objetos de estudo – adoráveis com seus dispositivos de eletroencefalografia tamanho PP – variavam entre 6 e 12 meses de idade, eles não estavam produzindo muitas palavras em qualquer idioma.

Ainda assim, os pesquisadores descobriram que aos 6 meses, os bebês monolíngues conseguiam diferenciar sons fonéticos, fossem eles pronunciados no idioma ouvido em casa ou em outro idioma. Entre 10 e 12 meses, bebês monolíngues não conseguiam mais identificar sons no segundo idioma, apenas no idioma que eles estavam acostumados a ouvir. Os pesquisadores sugeriram que isso representa um processo de 'compromisso neurológico’, no qual o cérebro dos bebês se adapta para compreender um idioma e seus sons.

Por outro lado, os bebês bilíngues seguiram uma trajetória diferente de desenvolvimento. Entre 6 e 9 meses, eles não identificavam diferenças em sons fonéticos dos dois idiomas, mas quando ficaram mais velhos – de 10 a 12 meses – eles conseguiram discriminar sons nos dois casos.

''O que o estudo demonstra é que a variabilidade na experiência dos bebês bilíngues os mantém abertos’', explicou a Dra. Patricia Kuhl, um das diretoras do Instituto de Ciências do Cérebro e do Aprendizado, na Universidade de Washington, e uma das autoras do estudo. ''Eles não demonstram o estreitamento de percepção tão cedo quanto os bebês monolíngues. Essa é mais uma evidência de que suas experiências moldam o cérebro’'.

O aprendizado da linguagem – e os efeitos do idioma que ouvimos sobre nosso cérebro – podem começar mesmo antes dos 6 meses de idade.

Janet Werker, professora de psicologia da Universidade da Colúmbia Britânica, estuda como os bebês percebem a linguagem e como isso molda seu aprendizado. Ainda no útero, segundo ela, os bebês são expostos aos ritmos e sons da linguagem e já se provou que recém-nascidos preferem idiomas ritmicamente similares ao que eles ouviram durante o desenvolvimento fetal.

Num estudo recente, Werker e seus colaboradores mostraram que bebês nascidos de mães bilíngues não só preferem esses dois idiomas a outros – mas também são capazes de registrar que os dois idiomas são diferentes. Além dessa habilidade de usar sons rítmicos para discriminar entre idiomas, Werker estudou outras estratégias usadas por bebês enquanto crescem, mostrando como seus cérebros usam diferentes tipos de percepção para aprender idiomas – e manter esses idiomas separados.

Num estudo em que bebês mais velhos assistem a vídeos mudos de adultos falando, os de 4 meses conseguiam distinguir diferentes idiomas visualmente, observando movimentos de boca e da face, e reagiam com interesse quando o idioma mudava. Aos 8 meses, porém, os bebês monolíngues não mais reagiam à diferença de idiomas nesses filmes silenciosos, enquanto os bebês bilíngues continuaram reagindo.

''Para um bebê que está crescendo bilíngue, ele percebe que aquelas são informações importantes’', disse Werker.

Ao longo da década passada, Ellen Bialystok, respeitada professora de psicologia da Universidade de Nova York em Toronto, mostrou que crianças bilíngues desenvolvem habilidades cruciais além de seus vocabulários dobrados, aprendendo diferentes maneiras de solucionar problemas lógicos ou de lidar com tarefas múltiplas – habilidades que costumam ser consideradas parte da função executiva do cérebro.

Essas habilidades cognitivas de nível mais alto são localizadas no córtex frontal e pré-frontal do cérebro.

''Incrivelmente, crianças que são bilíngues desde cedo mostram um desenvolvimento precoce da função executiva’', afirmou Bialystok. Kuhl chama os bebês bilíngues de ''mais cognitivamente flexíveis’' do que os bebês monolíngues. Seu grupo de pesquisa está examinando cérebros de bebês com um dispositivo ainda mais novo de diagnostico por imagem, a magnetoencefalografia, ou MEG, que combina o exame de ressonância magnética com um registro das alterações de campo magnético enquanto o cérebro transmite informações.

Kuhl descreve o dispositivo como ''um tipo de secador de cabelo vindo de Marte’' e espera que ele ajude a desvendar por que os bebês aprendem a linguagem com pessoas, mas não com telas.

Pesquisas anteriores de seu grupo mostraram que expor bebês de idioma inglês a alguém falando com eles em mandarim ajudava-os a preservar a habilidade de discriminar os sons do idioma chinês – mas quando a mesma 'dose’ de mandarim era trazida por um programa de televisão ou fita de áudio, os bebês não aprendiam nada.

''Esse mapeamento especial que os bebês parecem fazer com a linguagem acontece num ambiente social’', afirmou Kuhl. ''Eles precisam estar cara a cara, interagindo com outras pessoas. O cérebro é ativado de uma maneira única’'.

Fonte: msn - The New York Times >> 13/10/2011 22:24