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domingo, 2 de outubro de 2011
mãe-bebê
O vínculo mãe-bebê no desenvolvimento infantil
Concluindo o tema da semana, que aborda “Cuidados com o recém-nascido”, faço colocações referentes ao desenvolvimento psíquico do bebê, no qual a mãe (ou principal cuidador) é essencial, e ter essa relação consistente é primordial para seu desenvolvimento. Sendo assim, é necessário que seja oferecido ao bebê o ambiente adequado para que ele possa se desenvolver bem, tornando de fundamental importância o que acontece na díade mãe-bebê ao longo do desenvolvimento da criança.
Aos nascerem, os bebês são totalmente dependentes de seu cuidador, onde ele encontra-se num estado de desamparo, onde necessita ser cuidado pela mãe, ou uma mãe substituta, para não perecer. Freud nos refere que a criança experimenta diversos estímulos quando é cuidada (ao ser limpa, ao ser banhada e mantida seca), através deste cuidado o bebê entra em contato com uma pessoa que lhe dá amor.
Leia mais Aqui:A criança se liga à sua mãe, e anseia por ela. Se esta não responder ela chora; se vem até a criança, esta fica feliz. Sendo assim, somos constituídos a partir do outro, do seu cuidado e amparo.
Minha bebe quando recen-nascida
Nesta fase chamamos o choro como padrão de adaptação do bebê, pois é por onde comunica dor, desconforto, necessidade de cuidados e de proteção.
Alguns autores enfocam na importância de perceber o modo como a mãe entende e como percebem as necessidades do bebê. Explicam a existência de um modelo interacional que pode ser dividido em interação de: comportamento, afetividade e fantasmática. Falarei um pouco sabre cada uma delas:
Comportamento: São as formas de contato físico, verbal e visual, que podem estimular a adaptação da criança quanto ao meio e suas respostas aos estímulos, a voz pode ser capaz de acalmar ou agredir o bebê, o olhar é capaz de revelar a relação e o apego estabelecido entre ambos.
Afetividade: Em relação à interação afetiva, nos primeiros seis meses quase não há referência ao mundo externo, isto é, ao que há além da díade, o bebê considera a mãe parte de sua extensão, não a vê como um outro ser. Nos dois meses seguintes, outros objetos começam a atuar nessa interação, porém se a mãe não fornecer apoio a essas novas interações, através de uma possessividade e superproteção à criança, será possível passar à criança a ideia de que ela não é capaz, podendo afetar o seu desenvolvimento.
Fantasmática: Já a interação fantasmática revela quais as representações mentais dos pais sobre o recém nascido e conseqüentemente como será estabelecido o padrão de apego a ser desenvolvido pelo bebê. Sendo possível a mãe entrar em contanto com o bebê real e acolhê-lo elaborando deste modo o luto do bebê idealizado (desejo dos pais).
Para Bowlby (1988), a criança constrói um modelo representacional interno de si mesma, dependendo de como foi cuidada, e em sua vida esse modelo permite que a criança seja capaz de se ajudar e de acreditar que pode ser ajudada em caso dificuldades. O fato de acreditar em si própria e a relação de segurança criada com seus cuidadores irão ajudar a criança a separar-se dos pais gradativamente, a tornar-se independente e a explorar a liberdade.
Nesta fase da busca de independência, o bebê busca um objeto transicional, um objeto cuja natureza provém de um deslocamento da relação com a mãe, onde pode ser parte do seu próprio corpo (dedos, punhos) ou um vínculo estabelecido em outro objeto (ursinho, pedaço de pano, cobertor), é um objeto onde ao contrario da mãe, que não está disponível constantemente, o objeto transicional é conservado pela criança. Ela é quem decide a distância entre ela e tal objeto. Como os fenômenos transacionais “representam” a mãe é essencial que ela seja vivenciado como um objeto bom.
Winnicott aponta algumas características que são comuns aos objetos transicionais: a criança afirma uma série de direitos sobre o objeto, o objeto é afetuosamente ninado e excitadamente amado e mutilado, deve sobreviver ao ódio, ao amor, e à agressão. É muito importante que o objeto sobreviva à agressão, possibilitando a criança neutralizá-la, dando-lhe, posteriormente, um fim construtivo, ao notar que esta não destrói os objetos.
O fato deste objeto pertencer ao mundo exterior constitui para Winnicott uma característica fundamental. O termo transicional indica precisamente uma área intermediária entre realidade interna e externa. Este objeto é simplesmente abandonado, separação que não requer trabalho de luto. A perda de seu significado sem pranto, indica que sua função se difundiu na relação entre realidade psíquica de um sujeito e o que lhe é exterior.
Material de Apoio:
Bowlby, J. (1988). Cuidados Maternos e Saúde Mental. São Paulo: Martins Fontes.
Freud – Algumas conseqüências psíquicas da distinção anatômica entre os sexos – 1925, vol. XIX
WINNICOTT, D.W. Objetos Transicionais e fenômenos transicionais. In Textos Selecionados – Da Pediatria à Psicanálise. Trad. De Jane Russo. Ed. Francisco Alves Editora S.A. RJ.1978.
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